Você conversa sozinha? Outro dia eu estava conversando comigo, mas não era bem eu. Acho que era uma de mim. Você compreende?
… Sim. Qualquer psicólogo ou psiquiatra pode dizer que isso é loucura. Deve ser mesmo. Você duvida?
Então, voltando ao meu diálogo interno, eu estava reclamando comigo mesma:
que havia acordado com um susto,
que havia uma pilha de pratos e de roupas para lavar,
que havia tanto farelo de comida debaixo da mesa,
que eu não conseguia um tempinho para escrever nem meditar, nem me exercitar…
A lista só aumentava até que uma voz doce perguntou:
Você só se esqueceu de um detalhe?
E num flash todos os acontecimentos que antecederam o susto ao acordar, a pilha de roupas e de prato para lavar, os farelos de comida e a falta de tempo surgiram naquela TV de plasma interior, recordando:
a alegria de ouvir as crianças gritarem mamãe, seguras de que eu pularia da cama para resgatá-las de um sonho novo;
o troca-troca de roupa besuntada de manteiga e tapioca devorado durante o café da manhã,
e a falta de tempo foi consequência de um namoro, meios às pressas, feito adolescentes que não têm tempo a perder…
O pequeno detalhe foi o sentimento, que inundou os meus olhos, depois de percorrer a casa toda ao meu encontro.
Quem conversa só, sabe do que estou falando… A gente dá a volta ao mundo para compreender essa coisa simples chamada GRATIDÃO!
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